
Da 1ª Jornada AgroforestDAO à SAF do Futuro no Sítio Adalgiza e Manoel
Foi radical, na raiz.
A Primeira Jornada AgroforestDAO foi uma imersão na web3 pela sua única e tênue trilha regenerativa.
Uma experiência em que, a partir do cultivo agroflorestal, conectaram-se territórios e pessoas de muitos lugares do Brasil, de diferentes gêneros, gerações, culturas e contextos socioeconômicos. Juntos, exploramos ferramentas e caminhos possíveis para tecer uma rede segura, ou seja, que nao se aproprie e venda nossos dados, transparente, na qual poderemos identificar transcoes e abundante, que gere amplo acesso e descentralize todo tipo de recursos, como uma caixa de ferramentas para engajar comunidades, desenvolver formas de participacao, de manifestar apoio, inclusive financiamentos coletivos independentes de organizações centralizadas e de esquemas financeiristas, especulativos que imperam na quase totalidade da economia cripto.
Tudo isso construído com tecnologias de código aberto ou gratuitas na internet, disponíveis para qualquer produtor agroflorestal ou jardineiro.


Parece utópico, nao é? Não é. é real.
Bora bater esse papo?
É tarde demais ou ainda é possível regenerar? Estou falando de uma regeneração profunda, não aquela pintada com verniz verde para brilhar bastante, essa que cabe nas garras e na boca dos neocolonialistas e capitães do mato como uma luva ou uma uva sem semente. É possível? E sendo, como gestar esse movimento, gerar esse código de forma coletiva, colaborativa, aberta e ao mesmo tempo invisível aos olhos maliciosos, digo, gananciosos? Como abrir mais esses olhos para que possam entender o mundo sob uma nova ótica? É possível ou não? Bom, essa história parte do ponto de vista de que sim e narra os acontecimentos de pessoas, projetos e organizações que também pensam isso, que exercitam o ato de esperançar e buscam atuar na recuperação de florestas nativas.
Ao que parece a ciência e tecnologia disponíveis hoje podem matriciar, “gerar um modelo”, de uma nova fase de desenvolvimento humano e diferente do que foi na paleo história, quando na escasses só os mais fortes sobreviviam, estabelecer outros paradigmas sociais que nao tenham a competicao como principio vital e que ao contráio valorize a coopercao, sendo quem tem as melhores aptidoes de colaboracao com o ecossistema, mais adaptado, quem se integra, se mantém e se desenvolve mantendo o todo em sua diversidade o mais provavel para promover sua descendencia. Será que pode? Ou é melhor aceitar o que a pandemia mundial de covid19, Gaza e o que cada catastrofe ambiental regional que cotidianamente gritam como veredito profetizado pela ciencia: Deu errado. Não há mais ponto de retorno nem tempo para aprender a ser colaborativo.
O que voce acredita, acha que nesse cenário seria possivel regenerar pela raiz?

Durante as pesquisas para o game Ecco.@Z, já tendo passado pelo processo de aprendizagem autodirigida no Di.Verso.Mundo, fui provocado — talvez até preso, por assim dizer — por essas perguntas sobre regeneração. Em meio à pandemia e à crise global, durante a fase inaugural do Game Estigmérgico Pega Visão Camps, promovido a partir do Protocolo CiberCultural ReRe, conheci a Knot Studios e a AgroforestDAO. Ambas são iniciativas com perspectivas de estruturas organizacionais descentralizadas, dedicadas à promoção do plantio de alimentos em sintropia, de forma que haja diferentes sucessões e que diferentes espécies se ajudem, favorecendo o mutualismo no ecossistema.
Através de seu jogo Tree Tales, a Knot Studios subsidiava um plantio agroflorestal, colaborava com diferentes iniciativas em rede e mantinha uma comunidade engajada nas pautas trazidas pela produtora de Jogos.
Já a AgroforestDAO, contando com o apoio de uma comunidade global, realizava um projeto de reflorestamento em Lima Duarte, no interior de Minas Gerais, e registrava os processos dessa SAF (Sistema Agroflorestal) utilizando blockchain — um sistema com foco na segurança do conteúdo que permite a emissão de certificados imutáveis de forma transparente. Assim também é possivel armazenar e gerenciar contratos inteligentes, ou seja, facilitar a gestão de ativos de forma descentralizada.
Sendo entusiasta da agroecologia e já tendo participado de diversos grupos e movimentos ligados a questões socioambientais, fiquei encantado com uma iniciativa que se desenvolvia em rede cultivando agrofloresta. Achei realmente incrível e, por método, fui me aproximando aos poucos…

Cultura, Alimento e Floresta são os pilares sobre os quais se sustenta essa disruptiva DAO (Organizacao Autonoma Descentralizada) brasileira. Acreditando que o futuro é ancestral, os projetos desenvolvidos pela AgroforestDAO são implementados em comunidades locais, por produtores que fazem parte da terra sob a qual estão assentados e que, além de cultivar alimentos saudáveis, promovem a biodiversidade nativa. Achei sinérgico demais. Fui chegando, chegando, até adentrar de vez essa mata e conhecer melhor o ecossistema ReFi, o Protocolo ReRe, os projetos em rede, as pessoas, as histórias… E fiz questão de aproveitar cada momento desta trilha de aprendizagem. Inclusive, fiz alguns registros, que vou publicar tardiamente por aqui.
Não tinha como saber ainda, mas tempos depois tive o prazer de ser convidado para fazer a arte da primeira série de NFTs (Non-Fungible Tokens) da agroforestDAO, a colecao Ninhos da Redenção. Posso falar que foi um dos processos artísticos mais rápidos, intensos e empolgantes que tive o privilégio de participar com pessoas incríveis. Muito além da elaboração visual, o que estava em pauta era a necessidade de continuar o processo de registro onchain (na rede), extrair forma e significado dessa ação tão pequena e ao mesmo tempo tão gigante que é o ato de plantar.
Neste texto, não vou me deter detalhadamente sobre essa vivência — fiz um vídeo engraçado sobre essa experiência, você pode assistir aqui —, mas continuando, queria pular logo para o suprassumo e depois falar para vocês sobre uma novidade muito legal. Enfim…
Foi um longo processo até chegar ao ponto de realmente ter noção de como essas organizações operavam, como se organizavam internamente e como se relacionavam efetivamente no ecossistema cripto. Foi um momento importante para navegar ponto a ponto. Aos poucos, fui adquirindo vocabulário até para fazer as perguntas certas entre tantos encontros na comunidade do Protocolo ReRe, que, em muitos momentos, apesar do aparente português, talvez pela mistura entre tantas áreas do conhecimento, me causava a sensação de estar ouvindo outro idioma.
Para o desenvolvimento do game E-Cco.@Z foi um momento de entropia, de firmar os proprios argumentos e mecanismos, perceber potenciais tecnologias para incorporar, conhecer plataformas, moedas, redes, camadas, o que ficou muito mais fácil de entender após nos organizarmos em torno da Green Pill Br, realizando encontros nos quais tinhamos a finalidade de pôr em prática o protocolo que havia nos aproximado enquanto coletivo, neste momento nosso principal desejo estava em ampliar nossas redes e colaborar com sistemas de economias descentralizadas e movimentos glocais de criacao de infraestrutura tecnologica de suporte para acaoes ambientais. Sobre a Green Pill Brasil Vale um artigo a parte, depois falo melhor a respeito.
Porém esse ainda nao tinha sido o ápice do aprendizado em rede.
Finalmente chegamos na Primeira Jornada AgroforestDAO

Segura!
Eu sei, nao é um tamanho de texto habitual, mas aproveita que está interessante, se chegou até aqui, agora é que comeca a ficar bom, e no mais ta acando mesmo…
Esta jornada teve objetivo de proporcionar acesso a todas essas questões que foram levantadas até aqui, sobre tecnologias blockchain e formas até entao unicas de implementar, baseadas em protocolos e tecnologias de codigo aberto, apresentar e ensinar para mais pessoas o percurso que a DAO foi criando para se viabilizar junto com seu objetivo de reflorestar.
A jornada foi realizada em dez encontros virtuais, com mais de 30 inscricoes de diferentes regioes Brasil, mulheres e homens de idades todas as idades, de diferentes contextos sociais, com histórias e trajetórias diferentes puderam se reconhecer no mesmo interesse e objetivo, se perceber como celulas de um mesmo organismo em desequilibrio e precisando de solucoes e tecnologias mais que sustenáveis. Este foi um processo para gerar mais autonomia aos participantes na web3, além de mostrar recursos básicos como a Metamask, durante a jornada foram apresentadas ferramentas para registrar contratos inteligentes em ambientes focados em seguranca, que garantem a humanidade dos usuários e transparentes, que permitem análisar o caminho da informacao na rede e que foram criadas para armazenar e gerenciar as dinamicas desses contratos. Durante a jornada também foi compartilhados sobre as diferentes etapas para participar de rodadas financiamento quadrático, tudo isso tomando como expemplo a propria estrutura e objetivo da organizaco, ao longo dos encontros também tivemos o privilégio de ouvir e aprender com os saberes dos proprios inscritos na jornada, alguns dos quais, também participaram do inicio do desenvolvimento dessas tecnologias e puderam atestar e apresentar enriquecedores diferentes pontos de vista.
Este foi um grande momento de preparacao para o que viria a seguir, com o fim dos dez encontros previstos, com todas as pessoas que participaram já mais empoderadas de conceitos e plataformas, tendo inclusive aplicado o que foi aprendido em seus proprios projetos agroflorestais e registrado na infraestrutura oferecida pela AgroforestDAO, foi aberto um *Grant de QF (concurso de financiamento quadrático ) especial lancado pela Gitcoin com a AgroforestDAO, a cereja do bolo!
Ou seja, nesta jornada tivemos um panorama geral sobre como a criptoeconomia pode operar para a regeneracao socioambiental e como o apoio mútuo e comunitário pode ser um modelo de desenvolvimento sustentável, replicando os mesmos paradgmas da natureza. Foi um verdadeiro raio x no que está sendo desenvolvido nas trincheiras da tecnologia de código aberto junto a uma organizacao autonoma e descentralizada que vem desbravando desviando das avenidas fáceis da especulacao financeira.
SAF do Futuro no Sítio Adalgiza e Manoel

No concurso promovido pela AgroforestDAO a E-Cco.@Z participou com um projeto muitissimo especial: A SAF do Futuro, onde nosso objetivo é ampliar um pequeno fragmento de agrofloresta no Sitio Adalgiza e Manoel, que já mantém uma producao agroecológica que intencionalmente, aos poucos entrará em sintorpia na mata com uma producao de cambuci, planta endemica da biorregiao, tudo isso potencializando a eficacia do aterramento do carbono da atmosfera para a terra e protejendo as nascentes nesta area de manancial.
É uma pequena proposta com um grande impacto que aos poucos vou atualizando por aqui, inlcusive estou falando isso porque sabado agora dia (02.08.2025) vamos fazer nosso primeiro mutirao e além da AgroforestDAO a E-cco está contando com comunidade Green Pill Br pra realizar esse feliz encontro! Pra saber mais sobre nosso projeto e mutirao, clique aqui
Pra saber mais sobre a AgroforestDAO, clique aqui, e ja segue nas redes socias, porque em breve vem ai, a 2 Jornada AgroforestDAO!
